Vinicius Dórea Neste 20 de julho, completam-se 100 anos do nascimento de Frantz Fanon, revolucionário da Martinica cuja obra transformou o pensamento anticolonial e antirracista e fundando bases para um pensamento-ação de tantos e tantos grupos revolucionários. Nas palavras de Angela Davis, ele foi “o mais poderoso teórico do racismo e do colonialismo do século”.Continuar lendo “Centenário Frantz Fanon: três filmes pra mergulhar no legado fanoniano”
Arquivos da categoria: Resenhas
Ruth de Souza e as formas de construção de uma carreira
Vinicius Dórea “Na roda do mundo, mãos dadas aos homens , lá vai o menino rodando e cantando cantigas que façam a vida mais doce cantigas que façam os homens mais crianças” Trecho de “Cantiga Quase de Roda” de Thiago de Mello Como medir uma vida? Por poesia? Por dores? Por conquistas? Por tudo issoContinuar lendo “Ruth de Souza e as formas de construção de uma carreira”
Luz, raiva, ação! Kbela
Ponto de partida: Zózimo Bubul e seu brilhante “Alma no olho” (misteriosamente esquecido nos cursos e circuitos universitários de cinema) realizado com as sobras de película da produção de “Compasso de Espera”, filme protagonizado por Bubul e dirigido por Antunes Filho. Ali o corpo é a superfície viva sobre o qual deslinda-se uma trajetória, sobreContinuar lendo “Luz, raiva, ação! Kbela”
Kemetiyu, Cheik Anta Diop
Kemetiyu – Cheik Anta Diop (2016) “Na África, cada ancião que morre é uma biblioteca que se queima”. A famosa frase do malinês Hampaté-Bâ, ainda que se refira aos saberes orais dos anciãos africanos, pode ser aplicada ao escritor multidimensional Cheik Anta Diop. Formado em áreas tão diversas quanto Física, Filosofia, Química, Linguística, História, Egiptologia,Continuar lendo “Kemetiyu, Cheik Anta Diop”
Eu preciso dessas palavras escritas
Dedos tentam afagar a luz. Palavras ressoam com gravidade e tornam-se matéria cerzida no tecido. No rosto, sentimos o vento que atravessa o canavial e balança as flanelas dos barcos presos no cais. Por fim, sufocados, nós sofremos com o cativeiro. A palavra bordada deve ser vista, ouvida e tocada, tudo de uma só vez. Continuar lendo “Eu preciso dessas palavras escritas”
Soleil Ô, ou: viagem ao coração das trevas*
Soleil Ô (1967), de Med Hondo, é um filme tão atual quanto algumas das questões que aborda – o racismo, as heranças do colonialismo, a imigração, a diáspora, o exílio, a modernidade, o anonimato da experiência urbana etc. Mas é em sua abordagem dessas questões que o filme encontra sua contundência, que torna possível o transbordamentoContinuar lendo “Soleil Ô, ou: viagem ao coração das trevas*”
Faces e Fases de Zanele Muholi (1)
Puleng Mahlati, Embekweni, Paarl, 2009. Foto de Zanele Muholi © Michael Stevenson Gallery ( Zanele Muholi nasceu na África do Sul em 1972. Ativista lésbica, a artista ou ativista visual (como prefere se autodenominar) é uma das principais referências do movimento LGBT em seu país ao retratar o que ela mesma chama de sexualidade queer negraContinuar lendo “Faces e Fases de Zanele Muholi (1)”
Por um cinema africano no feminino (III): “Um foco sobre as Mulheres Burkinabês no Cinema”*
Dando sequência às publicações que visam divulgar a produção e a participação de mulheres africanas no cinema, o FICINE traz este post escrito pela diretora e pesquisadora Beti Ellerson. O texto foi publicado originalmente em African Women in Cinema Blog, um espaço criado para a discussão de diversos assuntos relacionados à participação das mulheres africanasContinuar lendo “Por um cinema africano no feminino (III): “Um foco sobre as Mulheres Burkinabês no Cinema”*”
Vozes femininas negras no curta moçambicano “Phatyma” (2010)*
* Artigo escrito em parceria com Edileuza Penha de Souza e Ceiça Ferreira Sou forte, sou guerreira, Tenho nas veias sangue de ancestrais.Levo a vida num ritmo de poema-canção,Mesmo que haja versos assimétricos,Mesmo que rabisquem, às vezes,A poesia do meu ser,Mesmo assim, tenho este mantra em meu coração:“Nunca me verás caída ao chão”. Trecho do poemaContinuar lendo “Vozes femininas negras no curta moçambicano “Phatyma” (2010)*”
Rasgando a tela, quebrando a corrente
“O cinema é uma AR-15e nós negros brasileiros sabemos atirar”, afirmava Zózimo Bulbul, que destaca a passagem do negro, enquanto temática para a direção dos filmes. Deixando de estar à frente das câmeras para olhar de atrás delas, ao assumir a perspectiva da auto representação, Zózimo, Waldir Onofre e Antônio Pitanga, são atores que passamContinuar lendo “Rasgando a tela, quebrando a corrente”
